No século XVIII, pelo ano de 1760, os colonizadores que pouco a pouco vinham enveredando pelo interior em busca de terras para fixar residência e explorar a agricultura e a criação de gado, pisavam o solo que mais tarde se chamou Lagoa dos Gatos. Até agora não se conta outro nome senão o do português José Cavalcanti Fragoso como primeiro elemento penetrador do solo da Lagoa dos Gatos. Foi ele, o testemunho insuspeito dos mais remotos habitantes, que em 1780desbravou e fixou residência em Peri-Peri, onde fundou uma fazenda de criações, alargando seus domínios.
Segundo o testemunho dos antigos habitantes correm as mais variadas lendas sobre a origem do topônimo "Lagoa dos Gatos". A primeira delas, aliás, a de mais fundamento, é contada da seguinte maneira: "Nos fins do século XVIII, quando, em data incerta, o primeiro civilizado pisou o solo daquela região, coberta de grande e escura mata, o local onde se ergue hoje a cidade, era densa selva, existindo também pequena lagoa formada por uma nascente e alimentada pelas águas do riacho que lhe passava à direita. A belíssima lagoa, única área franqueada aos raios solares, tinha suas águas límpidas e doces protegidas por extenso lençol de junco e piripiri. Certo dia, um caboclo caçador deparou, casualmente, com uns gatos maracajás bebendo ali, sendo o fato relatado aos demais habitantes das proximidades que passaram a se utilizar da mencionada lagoa, que daí por diante ficou denominada Lagoa dos Gatos".
Os fatos mais importantes da história do município foram os ocorridos durante a guerra chamada dos Cabanos, em 1832. O local onde está a cidade de Lagoa dos Gatos exerceu papel relevante na referida guerra que tanto infelicitou e ensangüentou nossa pátria. Terreno muito acidentado, quase todo cercado de montanhas, coberto de matas inóspitas e desconhecidas, poucos lugares ofereciam maiores possibilidade aos rebeldes cabanos do que Lagoa dos Gatos.
E foi o que aconteceu. Estabelecendo seu quartel-general para os lados da serra do Cafundó, um grande número de revoltosos, sob o comando de Francisco Barros, continuou o combate. Tão danosas eram as ações dos rebeldes nesta parte do Estado que o Governo resolveu aumentar os efetivos legais, enfrentando seriamente e com grande número de soldados, os revoltosos, conseguindo a muito custo estabelecer um quartel provisório sendo, nas proximidades da lagoa, construída uma casa onde funcionava o comando das forças em operação.
O combate continuou nestas paragens, somente cessando, segundo crônicas da época, mercê dos bons ofícios do zeloso bispo Dom João Perdigão, que, vindo diretamente para Lagoa dos Gatos, negociou a paz entre rebeldes e legalistas.
Lagoa dos Gatos foi reconhecida oficialmente como Povoação em 1 de janeiro de 1832 (Ver.do Inst. Arq. Hist. e Geog. Pernambucano – Vol. XXXVII – pág. 74).
Em 12 de abril de 1839, pela Lei Provincial nº. 65, foi criado o município de Bonito. Sendo Lagoa dos Gatos, pelo mesmo documento, elevada a categoria de Vila e considerada com 8º Distrito Administrativo daquele município.
Em 20 de maio de 1867 passou a pertencer ao município de Caruaru, depois foi desmembrada administrativamente e judicialmente deste, passando a ser anexada a Panelas pela Lei Provincial nº. 1.093 de 24 de maio de 1873, sendo elevada à categoria de 2º Distrito pela Lei Estadual nº. 209 de 5 de novembro de 1897.
Passou a ser Cidade e sede de município com a denominação de Frei Canecapela Lei Estadual nº. 1931, de 11 de setembro de 1928. Restabeleceu o seu primitivo e tradicional topônimo de Lagoa dos Gatos pelo Decreto nº. 235, de 9 de dezembro de 1938. Administrativamente, o município é formado pelos distritos: Sede, Entroncamento, Igarapeassu e Lagoa do Souza.
Anualmente, no dia 11 de setembro, Lagoa dos Gatos comemora sua emancipação política.